só o amor é real

amantes eternosAdam está desiludido e completamente entediado com os rumos da humanidade. Através do seu ingênuo e competente assistente, ele consegue uma bala de madeira maciça para se suicidar. Sentindo a depressão do seu amante de séculos, Eve decide encontrá-lo para mostrar que o mundo ainda é um lugar interessante para se viver. Adam é interpretado por Tom Hiddleston (<3), e Eve, pela deusa Tilda Swinton. Juntos, eles formam o casal de vampiros mais cool, romântico e interessante de todos os tempos, melhores até que Catherine Deneuve e David Bowie em Fome de Viver.

Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive) é um daqueles pequenos filmes que se tornam queridos logo na primeira cena, mas, claro, só pra quem concorda com a proposta do diretor Jim Jarmusch. É um filme para flanar e se perder num romantismo sensorial esquecido, sem melação, apenas o prazer de viver. Os nomes dos protagonistas vêm do conto O Diário de Adão e Eva, de Mark Twain, um dos heróis que povoam a parede de retratos de Adam, um músico brilhante que vive do anonimato. Tanto ele quanto Eve vivem num tempo anacrônico, que mistura livros antigos, instrumentos medievais e iPhones.

Adam mora numa casa que já viu dias melhores, numa Detroid destruída pela recessão. Já Eve deixa Tanger, no Marrocos, para encontrá-lo, levando apenas o essencial. Como só o amor é eterno, a decadência de Detroid se torna bela e a vida dos dois não poderia ser mais completa, até a chegada da irmã de Eve, a adolescente Ava (Mia Wasikowska). Mas mais ameaçador que Ava é a impureza do homem e como os dias de hoje estão cada vez mais difíceis para poetas, sonhadores e amantes. Há muito tempo não via algo tão romântico.

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