Para o Halloween não passar em branco. E com o pé no chão. Ou não.
Todo mundo conhece alguma história sinistra que aconteceu de verdade. Eu mesmo tenho algumas que não consigo encontrar uma explicação lógica, mas os casos abaixo são mais estranhos ainda.
As crianças verdes. A história se passa no século 12, no vilarejo de Woolpit, na Inglaterra. Agricultores encontraram duas crianças perdidas, um menino e uma menina. Os dois tinham aparência comum, mas tinham a pele esverdeada e não falavam e não entendiam inglês. Os irmãos foram criados por um morador chamado Richard de Calne e só aceitavam comer feijão. Com o passar do tempo, a pele foi perdendo o tom esverdeado. O menino morreu pouco tempo depois de ser batizado, já a menina cresceu e chegou a se casar. Depois de aprender inglês, ela contou que veio de um lugar subterrâneo chamado St Martin’s Land, onde as pessoas tinham a pele esverdeada, mas não soube explicar como foi parar no vilarejo. A história dois dois foi registrada por dois historiadores, William of Newburgh e Ralph of Coggeshall.
Muitas teorias surgiram, de extra-terrestres a habitantes do submundo, mas a mais racional é que eles eram filhos de invasores flamengos que viviam no vilarejo de Fornham St. Martin. Quando o vilarejo foi destruído pelo exército britânico, as crianças fugiram para a floresta, onde ficaram dias sem se alimentar e desenvolveram anemia.
Sangue quente. Em 1518, Frau Toffea começou a dançar pelas ruas de Estrasburgo, França, sem qualquer música ou motivo conhecido. Ela dançou interruptamente por quatro ou seis dias. Em uma semana, 34 pessoas começaram a dançar como ela, em um mês, eram mais de 400 pessoas. A maioria morreu de exaustão, ataque cardíaco ou derrame. Este foi o primeiro caso de histeria coletiva que se tem notícia. Na época, médicos chamaram de “sangue quente”, e acharam que apenas dançando as pessoas se curariam. Autoridades abriram espaços e até contrataram músicos na tentativa de sanar o desespero das pessoas.
Quando rir não é o melhor remédio. Ainda sobre histeria coletiva, na Tanzânia, em 1962, mais de mil pessoas tiveram uma crise de riso. Tudo começou num colégio interno, quando três garotas começaram a rir descontroladamente. Em poucas horas, outrass 95 estudantes começaram a rir. Professores e outros funcionários da escola não foram afetados e disseram que as crises duravam de algumas horas a 16 dias. Durante 18 meses, muitas pessoas sofreram desmaios, erupções cutâneas, crises de choro e raiva. Além de dor.
O corpo, a mala e o livro. O caso Taman Shud é o maior mistério policial da Austrália. No dia 1º de dezembro de 1948, a polícia encontrou um corpo na praia de Somerton, em Adelaide. O corpo era de um homem, aparentemente de 45 anos, cuidadosamente posado, e sem etiqueta nas roupas. A autopsia não revelou nada de anormal e o homem nunca foi identificado. Um mês depois, a estação de trem de Adelaide informou que uma mala havia sido deixada no dia 30 de novembro. Todas as roupas e objetos na mala tinham a etiqueta removida, exceto três peças que poderiam revelar a identidade do homem. No entanto, um outro homem foi identificado. No bolso da calça do Homem de Somerton havia um papel recortado de um livro. Nele estava escrito “taman shud”, a última linha do livro de poemas Rubaiyad.
O caso ganhou notoriedade na mídia e um médico disse que encontrou o livro, sem um pedaço do final, no banco de trás de seu carro. Era o exemplar de onde o papel havia sido removido. Na parte de trás do livro havia um código que até hoje não foi decifrado. E na capa, o nome de uma mulher. Esta mulher foi identificada e disse ter dado o livro a um homem chamado Boxall durante a Segunda Guerra. No entanto, este homem estava vivo e vivendo na cidade de Glenelg. Coincidentemente, esta foi a cidade que a polícia acredita ter sido a última parada do homem antes de chegar em Adelaide. Toda a história pode ser lida aqui.
Reencarnação. Em 1930, quando tinha quatro anos, Shanti Devi começou a dizer para seus pais que sua casa ficava numa cidade chamada Mathura, onde seu marido vivia. Os pais não deram importância e quando fez seis anos, Shanti fugiu de casa. De volta, ela passou a dizer que era casada com um homem chamado Kedar Nath e que tinha morrido dez dias depois de dar à luz. De tanto insistir, o diretor da escola decidiu investigar e descobriu que havia um homem chamado Kedar Nath na cidade de Mathura (a 145km de Nova Déli) e que tinha perdido a esposa, Lugdi Devi, dez dias depois de ter parido. Kedar foi a Nova Déli fingindo ser seu irmão, mas foi imediatamente reconhecido por Shanti. A história foi parar nos ouvidos de Mahatma Ghandi, que montou uma comissão para investigar o caso. Quando finalmente foi a Mathura, Shanti reconheceu seus familiares e soube contar detalhes íntimos de Ludgi e Kedar.
Shanti nunca se casou e contou sua história inúmeras vezes. Ela morreu em 1987 e um livro com sua história foi publicado em 1994.