Lembra que toda vez que você via Scooby Doo, Os Jetsons, Os Flintstones e tantos outros desenhos, no final, aparecia nos créditos o nome Hanna-Barbera? Então, Hanna é o sobrenome de William (Bill) e Barbera, do Joseph (Joe). Os dois criaram também Tom & Jerry, isso na época em que trabalharam para a MGM, na década de 1940, nos tempos em que Tom era Jasper e Jerry era Jinx. O primeiro curta fez tanto sucesso que os dois criaram a série. Até 1957, quando a MGM fechou, foram 113 episódios. Depois do fechamento da MGM, Hanna convenceu Barbera a abrir uma produtora de animação para a televisão, e daí eles criaram os desenhos que gerações e gerações vêem até hoje. Os Flinstones foi o primeiro grande sucesso da nova produtora. Em 1960, a revista LIFE fez uma reportagem sobre o fenômeno, mas só agora as fotos não publicadas foram reveladas. No total, o fotógrafo Allan Grant tirou 850 fotos dos bastidores da produtora, elas estão reunidas aqui.
Como li num comentário: não seria genial se alguém fizesse uma versão Mad Men da Hanna-Barbera?
Achei visualmente lindo, sem complicações, Cate Blanchett maravilhosa, atores de Downton Abbey irreconhecíveis quando mudam de época e tudo mais, senti falta apenas de uma trilha sonora mais pontuada. Mas o parabéns mesmo vai pra figurinista veterana Sandy Powell. Não apenas fez um figurino lindo, mas conseguiu a proeza de vestir o Rob Stark (Richard Madden) de legging branca sem ele pagar baryshnikov, se é que vocês me entendem. Fiquei impressionado. Tão impressionado que fui procurar mais informações sobre, e encontrei!
Richard Madden e a produção do filme tiveram problema com a protuberância, que não poderia aparecer por se tratar de um filme família. Depois de muito pensar, a solução foi o ator usar uma jockstrap. Para quem não conhece, a jockstrap é uma cueca atlética cada vez mais comum no dia a dia. Resumindo, ela deixa tudo guardadinho num só lugar. Uma jockstraps que o ator usou era tão apertada que o pobre sofreu e lágrimas começaram a cair. E o povo achou que só a Lily James sofreu por causa do espartilho.
Agora comparando com o resultado final
Falando na cintura da Lily James, não foi usado nenhum tratamento de imagem na pós produção para que sua cintura parecesse ultra fina. Além de ter usado espartilho, o famoso vestido azul foi construído para causar uma ilusão de ótica. E vários modelos foram feitos para diferentes cenas. Quando ela precisava correr, a barra da saia era bem mais curta, já para a cena de dança e a entrada no baile, ela usou um que a barra da saia encostava no chão.
E é apertando os atores que o cinema é feito. Só queria ver se o príncipe fosse o Jon Hamm.
Eu ficava muito irritado quando alguém dizia a máxima “criança não tem problema”. Ainda fico, pra dizer a verdade. Me dava um ódio da pessoa, porque eu tinha muitas questões, e meu maior problema era que ninguém me ouvia ou tentava me entender – assim nasceu minha síndrome de incompreendido. Talvez por isso eu amei tanto Divertida Mente. Que filme genial!
Divertida Mente é o primeiro filme original da Pixar desde Valente. Assim como o filme da arqueira celta, este também é protagonizado por personagens femininas. Riley tem 11 anos e se muda repentinamente para São Francisco com os pais. É claro que uma mudança tão drástica aos 11 anos significa muito para uma garota, e é na cabeça da Riley que o filme acontece.
Os diretores Pete Docter e Ronaldo Del Carmen encontraram um jeito muito inteligente para mostrar isso. Eles pegaram cinco emoções – Alegria, Tristeza, Nojinho, Raiva e Medo – para controlar os sentimentos de Riley. Quando Alegria e Tristeza vão parar fora da sala de controle, a fase difícil de Riley fica ainda mais difícil.
Contar muito estragaria a experiência de quem ainda não viu. Digo apenas que é um filme maduro, sofisticado, profundo, simples, comovente e extremamente real. Talvez não seja apropriado para os muito pequenos – de idade e de cabeça. No fim, como eu aprendi com o tempo, alegria e tristeza andam de mãos dadas. É uma maravilha ver que Divertida Mente está fazendo bonito nas bilheterias num momento em que produções originais estão tão em baixa.
E é uma pena que a Disney disponibilizou poucas cópias legendadas. É um filme que se apoia muito no texto e no elenco – Amy Poehler, Phyllis Smith, Mindy Kaling, Bill Hader, Lewis Black e Richard Kind. Aqui no Rio as sessões legendadas foram apenas duas.
Um dos motivos para eu detestar os episódios I, II e III de Star Wars é o excesso de computação gráfica. O George Lucas entrou na Industrial Light & Magic e fez a festa. Tenho tido cada vez menos paciência para filmes de ação e blockbusters. Mas parece que esse meu descontentamento tem um motivo, que é explicado no vídeo abaixo.
Resumindo: O nosso cérebro precisa de uma figura real ou humana para acreditar. Até 2004, a computação gráfica era usada para inserir um elemento numa imagem real já filmada. Depois disso, os softwares avançaram tanto que passaram a criar um background e mesclar tudo, tornando a imagem linda e impecável. Só que o nosso cérebro não consegue se deixar enganar e a gente se entedia com as longas sequências geradas em computadores e que custaram uma fortuna!
Lembro de Capitão Sky e o Mundo de Amanhã, o primeiro filme a ser todo feito em chroma key – ô filme pra dar sono. Se a gente pega blockusters recentes, a conclusão é que os de maior popularidade são os que apostaram em efeitos práticos e apostaram na edição – vide Mad Max: Estrada da Fúria, filmado no desertos com carros de verdade e dublês presos naquelas hastes, e Guardiões da Galáxia, que construiu sets e usou muita caracterização e figurantes. Obviamente, o roteiro fala mais alto.
Ainda bem que o novo Star Wars está sendo dirigido pelo J. J. Ambrams, que entende a importância de contar uma história e adora construção de sets, maquiagens etc. Falando nisso, já viu o novo vídeo?
Passando do cinema para a televisão, a segunda temporada de Penny Dreadful terminou domingo passado. Mais do que nunca, texto impecável e elenco afiado. Que prazer ver uma série assim (não entendo por que os americanos acham a série chata e monótona – eu poderia ver um episódio inteiro de diálogo da Vanessa com a Evelyn). A gente realmente se sente prestigiado quando a produção tem tanto capricho! Cada cenário é absolutamente detalhado, fora o figurino, o cabelo, maquiagem… É uma série artesanal, e parte dos bastidores – como a casa da Evelyn e o baile com chuva de sangue do Dorian Gray – está disponível no blog de produção.
Não é uma questão de ser contra o uso de computação gráfica. Muito pelo contrário, mas do uso inteligente do CGI.