os esquecidos entre branca de neve e enrolados

Enrolados é o 50º longa de animação da Disney, mas você conhece todos eles? Eu não, acho que mal vi 10. Abaixo, os filmes menos conhecidos.

Alô, Amigos (1942). Um tour pela América do Sul em vários curtas remendados, o famoso filme em que Zé Carioca ensina o Donald a sambar. O filme foi financiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos (equivalente ao nosso Ministério de Relações Exteriores) como uma forma de aproximação dos países sul-americanos, já que alguns tinham relações com o Nazismo. Para a Disney, o financiamento veio em boa hora, já que o estúdio estava quase falindo devido os altos custos de suas produções.

Você Já Foi à Bahia? (1944). Seguindo a linha de Alô, Amigos, The Three Cablleros, no original, se passa no aniversário do Donald. O pato recebe uma caixa com presentes vindos de seus amigos latinos. Zé Carioca lhe manda um livro sobre o Brasil e seu segmento envolve animação e live-action. Vale ressaltar que na época, os países abaixo dos Estados Unidos estavam na moda por serem exóticos, muito abacaxi, banana e Carmem Miranda.

Música, Maestro! (1946). A Segunda Guerra seguia durante o desenvolvimento do filme. Parte dos animadores estava na guerra, outra parte fazia filmes de treinamento e propaganda, então não havia condições de fazer um longa. A solução foi manter vários curtas costurados. O segmento mais conhecido é o da baleia Willie, que sonha em cantar ópera no Metropolitan.

Como É Bom Se Divertir (1947). Quase todas as idéias haviam sido usadas para Música, Maestro!, mas restaram duas para o filme do ano seguinte. Na primeira história, um urso de circo que viver na natureza selvagem. Na segunda, Mickey, Pateta e Donald fazem sua versão de João e o Pé de Feijão. E foi a última vez que Walt Disney dublou Mickey.

Cante com Disney (1948). Mais um filme dividido em segmentos. Zé Carioca volta a malandrear com o Pato Donald. A curiosidade deste filme é que o último curta, sobre a lenda cowboy Peccos Bill e sua amada Slue Foot Sue, só foi incluída na versão exibida nos Estados Unidos.

As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo (1949). Dois curtas, desta vez baseados em obras literárias – A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e O Vento nos Salgueiros. A Lenda já havia sido apresentada na televisão, mas em partes. Dizem que Tim Burton se inspirou na cena de perseguição para fazer sua versão de 1999.

Alice no País das Maravilhas (1951). Ok, o filme é bem conhecido, mas entrou aqui porque houve seis tentativas fracassadas da Disney de adaptar o livro de Lewis Carroll. Esta versão também não teve sucesso, pelo menos, imediato. Na época acharam colorido e caótico demais. No ano anterior, a Disney lançou Cinderella.

O Cão e a Raposa (1981). De Alice até este filme, a Disney lançou seus clássicos: A Bela Adormecida, 101 Dálmatas, A Dama e o Vagabundo, Os Aristogatas, Bernardo e Bianca, Robin Hood, Peter Pan, Mogli, A Espada da Lei, Pedro e o Lobo… O Cão e a Raposa é um dos maiores fracassos de bilheteria da Disney e conta a história da amizade de um cão criado para caçar e uma raposa. Foi o último filme a ter participação de animadores veteranos como Frank Thommas (Branca de Neve) e Ollie Johnston (Fantasia, Bambi), também marcou a estréia de Glen Keane, que anos mais tarde supervisionou a animação da Ariel, Fera, Aladdin, e ano passado, foi responsável pela animação de Enrolados.

O Caldeirão Mágico (1985). O maior fracasso de bilheteria da Disney. Na história, Taran precisa proteger um porco mágico que sabe onde está escondido o caldeirão mágico do título, também cobiçado por um rei mau. O filme foi tão mal que a Disney decidiu voltar para os clássicos.

As Peripécias de um Ratinho Detetive (1986). Sherlock Holmes numa versão rato, só que se chama Basil. O título original era Basil of Baker Street, mas mudou para The Great Mouse Detective; ou Basil, The Great Mouse Detective; ou The Adventures of the Great Mouse Detective.

Oliver e Company (1988). Versão modernizada e passada em Nova York de Oliver Twist, e também com gato e cachorros. É visto como um filme experimental para testar novos efeitos sonoros, também usou animação por computação e trouxe os números musicais de volta. Eu nem sabia da existência desse filme.

A Bela e a Fera (1991). Entra para a lista por ser o triunfo da Disney e meu favorito, marca, ao lado de A Pequena Sereia (1989), o renascimento da animação nos anos 1990. Primeiro filme a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme e o primeiro a ganhar o Globo de Ouro de Melhor Filme Comédia/Musical. Tudo funciona em A Bela e a Fera. A história é boa, o roteiro idem, a animação clássica e por computação gráfica são lindas, as músicas são memoráveis. Sem erros.

Contudo, o auge e também início do declínio da animação Disney é O Rei Leão, a animação mais lucrativa da história. Depois de o Rei Leão, vieram filmes que não fizeram feio na bilheteria, mas estavam longe de ter a mesma qualidade de A Pequena Sereia, A Bela e a Fera e Aladdin. O bastão da animação foi para os filmes da Pixar que a própria Disney distribuía. Vendo o sucesso da animação em computação gráfica, a Disney parou de fazer filmes em animação tradicional, o último foi Nem Que a Vaca Tussa (2004).

John Lasseter, um dos fundadores e diretores da Pixar, assumiu a direção do departamento de animação do estúdio e decretou a volta das animações tradicionais. Ele foi altamente influenciado pelos filmes Disney, principalmente Dumbo, o que pode ser visto em Ratatouille e Wall-E. O primeiro filme desse novo renascimento foi A Princesa e o Sapo, de 2009, a boa bilheteria provou que a animação tradicional não morreu.

O próximo filme deve ser King of the Elves, previsto para o natal de 2012 e baseado num conto de Phillip K. Dick, sobre um homem comum que ajuda um grupo de elfos e acaba se tornando o rei deles. No vídeo abaixo, um clip com as 50 animações.

 

5 comentários em “os esquecidos entre branca de neve e enrolados”

  1. Um amigo meu estava entediado e decidiu montar uma coleção. Decidiu fazer uma coleção dos 50 filmes Disney em DVD. Sei que em menos de um ano ele conseguiu quase todos. Faltava alguns mais raros como Música, Maestro!, mas acho que ele completou!

  2. Oh, pelos deuses… O Cão e a Raposa. Eu tinha o livro com as imagens do filme da Disney. Passou outro dia na tv a cabo e eu assisti novamente com a minha irmãzinha de 7 anos. Needless to say que EU chorei de soluçar.

    Eu sou tao Disney addicted que já vi todos aí da sua lista. É, eu nunca vou crescer.

  3. Realmente não vi quase nenhum dessa lista (dó Bela e a Fera e Alice, os mais óbvios) e tem uns que nunca nem havia ouvido falar. Eu era apaixonada pelos filmes da Disney quando criança, mas faz tempo que eu me apaixono por um de seus filmes viu! Vai ver passei na fase mesmo.

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