É claro que Merida, a princesa rebelde de Valente, tinha que ter uma cabeleira ruiva (1500 cachos, para ser mais exato). Ela é celta, feminista e feminina. Selvagem e incontrolável. A primeira princesa da Pixar. Não tinha como ter outro cabelo.
É muito injusto dizer que Valente é um filme ruim, pode não ter a genialidade dos outros filmes da Pixar, mas o filme tem a mesma preocupação e compromisso com a história. É mais sentimento e técnica que piadinhas gratuitas ou referências pop, é o que torna os filmes da Pixar, Ghibli, Aardman e Laika superiores em qualidade. Afinal, Valente não é sobre uma princesa que prefere seu arco e flecha as obrigação reais, mas é sobre a sempre instigante relação mãe e filha, um relacionamento tão pouco explorado pelo cinema. A primeira metade do filme me fez pensar o contrário, entrei no cinema pronto para amar o filme e parecia que estava vendo qualquer animação da Dreamworks (exceto Como Treinar Seu Dragão). Piadinhas trapalhadas e um caminhar bem óbvio. De repente, bang! Merida se encontra com a bruxa, faz um pedido e precisa resolver as terríveis consequências de seu desejo. Contar o resto tiraria a graça desta metáfora, mas é o mesmo que Miyazaki faz em A Viagem de Chihiro e Castelo Animado. A única coisa que realmente faz falta é uma trilha sonora avassaladora como a do Michael Giacchino.
PS: Falando em trilha sonora e animações, alguém reparou que o último Globo Repórter (sobre a Eslovênia) estava recheado de músicas do Joe Hisaishi? Achei legal, combinou com as imagens.
Eu esperava mto do filme, estava com grandes expectativas. No incio, comecei a ficar frustrado, mas depois gostei. Foi um mix de emoções.