super-toys last all summer long

Alguns falam da evolução tecnológica ou o marco que o primeiro Toy Story representa para a animação por computação, mas estamos falando de Pixar. Nos filmes do estúdio, os aprimoramentos ficam em segundo plano, enquanto todas as atenções são voltadas para a história. Quando a Pixar não mandava em seus filmes e a Disney quis porque quis fazer Toy Story 3, os animadores da Pixar chiaram, para eles, uma continuação só valeria a pena se tivessem uma boa história (não deveria ser assim em todos os estúdios?). Na versão da Disney, Buzz Lightyear seria mandado para algum país da Ásia para um recall e o resto da turma o resgataria. Sorte que a Disney sofreu um revertério e John Lasseter, diretor dos dois primeiros filmes, virou o manda-chuva da animação. Enfim, Toy Story 3 aconteceu, mas pelas mãos e cabeças da Pixar.

Andy agora tem 18 anos e se prepara para a faculdade. Os brinquedos não o atraem mais e fica a escolha entre mandar para o sótão, doação ou lixo. Depois de um incidente, os brinquedos vão parar numa creche e recepcionados por um fofo e mal intencionado urso de pelúcia. Depois de perceberem que a creche não é o lugar certo para eles, começa a jornada de voltar para casa. O filme se prende à essência dos anteriores, a inevitável passagem do tempo. Brinquedos são feitos para serem amados e depois esquecidos ou destruídos, e é sobre isso que Toy Story dialoga. Pode ter faltado um pouquinho de humor para os pequenos, mas deve-se pensar que os pequenos que viram o primeiro TS são como o Andy do filme. Um Buzz spanish mode, um Ken metrossexual, a comédia física e clássica do Sr. Cabeça de Batata e os ótimos alienígenas puxam as risadas que se transformam, inevitavelmente, em lágrimas nos dez minutos finais. Cada um em sua maneira é tocado pela história destes brinquedos, pois eles são a metáfora que a Pixar usa para falar com maestria sobre tempo, amadurecimento, rejeição e abandono.

Não chegue atraso para não perder o tradicional curta que precede o filme. Dia e Noite tem uma história muito simples, e genial exatamente por isso. Não deixe de reparar na homenagem feita ao mestre Hayao Miyazaki na cena que se passa no quarto de Bonnie.

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